Em 1907, instalou-se em Berlim e conheceu Freud, que o incorporou ao grupo de seus colaboradores mais próximos, os que formavam o chamado Comitê dos Sete Anéis (chamado assim porque cada um dos membros recebeu um anel de Freud como símbolo de sua confiança).
Em 1908, fundou a Sociedade Psicanalítica de Berlim, que presidiu até sua morte. Sua iniciativa o transformou no primeiro psicanalista alemão a ter um consultório psicanalítico particular.
No congresso de Munique da Associação Internacional Psicanalítica de 1913, Abraham coordenou a oposição contra Jung, quando este renunciou à presidência da Associação e Abraham foi nomeado presidente provisório. A partir do nono congresso presidiu a instituição durante quinze anos. Durante a Segunda Guerra Mundial, criou uma unidade psiquiátrica na frente oriental e esteve quatro anos a cargo da mesma.
Foi analista de Melanie Klein entre 1924 e 1925, e preparou também outros psicanalistas ingleses. Na Alemanha, atuou como mentor de um influente grupo de analistas, como Karen Horney, Helene Deutsch e Franz Alexander.
Morreu no dia de Natal de 1925, aos 48 anos, vítima de uma doença de pulmão.
Contribuição
Como Jung, Géza Róheim e Otto Rank, Abraham tratou de utilizar a teoria psicanalítica para explicar os mitos, lendas e tradições populares. Em sua concepção, "o mito é um fragmento da vida psíquica infantil dos povos, contém (em forma velada) os desejos da infância dos povos" (Abraham 2000: 42).
Colaborou com seu mestre no estudo dos transtornos maníaco-depressivos, aos quais Freud dedicou seu ensaio Duelo e melancolia (1917). Revisou a teoria freudiana sobre as etapas do desenvolvimento da criança (oral e anal), propondo dividir cada uma delas em duas fases.[2]
Em sua obra abordou também outros temas, como a oralidade, as psicoses, as neuroses de guerra e o vício em drogas.
- Ángel Cagigas, Karl Abraham: el leal colaborador, em Sueño y mito, pp. 7-12.
- Isabel Sanfeliú Santa Olalla, Karl Abraham o el descubrimiento de la melancolía, Madrid: Biblioteca Nueva, 2002.
- ↑ FAQ do Freud Museum
- ↑ «Abraham, Karl» na Enciclopedia Micronet, 2003.
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