Define-se a personalidade como tudo aquilo que distingue um indivíduo de outros indivíduos, ou seja, o conjunto de características psicológicas que determinam a sua individualidade pessoal e social. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo deriva do grego persona, com significado de máscara, designava a "personagem" representada pelos atores teatrais no palco. O termo é também sinônimo de celebridade. Pode-se definir também personalidade por um conceito dinâmico que descreve o crescimento e o desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo, outra definição seria: a organização dinâmica interna daqueles sistemas psicológicos do indivíduo que determinam o seu ajuste individual ao ambiente. Mais claramente, pode-se dizer que é a soma total de como o indivíduo interage e reage em relação aos demais.
Psicologia
O ramo da Psicologia que estuda as estruturas componentes da personalidade é a Psicologia da Personalidade. Esta procura sistematizar e compilar as semelhanças e diferenças das estruturas mentais e comportamentais dos seres humanos. Em função disto cria métodos terapêuticos para corrigir distúrbios e perturbações que possam ocorrer, muitas vezes relacionadas com a forma como se processou a formação da personalidade.
A Psicologia é uma ciência que tem sob alguns aspectos uma estrutura filosófica baseada em modelos mentais e comportamentais; existem correntes de pensamento e teorias psicológicas que realçam determinados aspectos concretos da personalidade, sobre como se organizam, desenvolvem e manifestam os mecanismos mentais no comportamento.
Teoria da personalidade
Ver artigo principal: Teoria da personalidade
As correntes filosóficas da psicologia sob alguns aspectos se coadunam, e em outros, podem ser conflitantes, mas todas elas serviram como pontos de partida para o avanço da investigação científica.
Psicanálise
A teoria psicanalítica foi elaborada e sistematizada por Sigmund Freud, é uma das teorias mais influentes sobre os mecanismos que movem a personalidade e os processos do inconsciente que dirigem a funcionalidade e o comportamento pessoal tendo o ego e super ego como mutantes.
Behaviorismo
A teoria behaviorista elaborada por Burrhus Frederic Skinner, é outra corrente filosófica que trata o comportamento como uma reação do indivíduo ao ambiente e defende, o estudo experimental dessa resposta como o meio mais direto de conhecer a natureza humana. Também chamada de comportamentalismo, deu origem à TCC, ou Terapia Cognitiva-Comportamentalista, onde são observados os comportamentos e percepções.
Gestalt
A teoria Gestáltica surge no início da década de 50 apartir das reflexões de Friederich Perls em oposição a visão atomística do self vinda da teoria psicanálitica e tem como premissa principal que a análise das partes não proporciona uma visão do todo. Considera a auto-regulação organísmica, em suma, como uma possibilidade real de qualquer organismo estar em equilíbrio consigo mesmo e com seu meio.
Distúrbios
A personalidade pode ter certos distúrbios que se caracterizam fundamentalmente por vários sintomas que podem ser detectados em conjunto ou individualmente.
Alguns exemplos de alguns sintomas de distúrbios / transtornos da personalidade:
falta de socialização;
emocionalmente frio;
deformidade de caráter; o indivíduo não observa as suas obrigações em relação a outros, a grupos, a convenções sociais;
intolerância a frustrações;
imediatista, incapacidade de esperar;
agressividade;
impulsividade;
tendências compulsivas;
egoísmo;
dramatismo;
busca constante por atenção e elogios;
vaidade; preocupação excessiva com a aparência;
exageros e sensibilidade emocional;
manipulações;
inconstância e baixa persistência;
falta de autocensura;
superioridade excessiva;
incapacidade de aprender com base em seus próprios erros;
desconfiança em excesso para com os outros;
ciúmes doentio;
irresponsabilidade;
discórdia intrafamiliar e relacionamentos caóticos;
instabilidade de humor, de auto-estima, relações interpessoais, comportamentos, metas, objetivos, gostos e opiniões;
raiva constante;
pensamento extremo (cisão, separação de pessoas por ótimas ou péssimas)
freqüentes atos impulsivos e autolesivos;
ira descontrolada;
medo de estar só; medo excessivo de ser abandonado, rejeitado;
sensação de tédio e ameaça de suicídio, entre outros tantos sistematizados.
Máscara
Todas as pessoas têm sua personalidade, ela é delimitadora de sua relação com seus iguais e a máscara que todos usam, nas suas relações interpessoais.
A humanidade, muitas vezes, pode ser enxergada como protagonista de uma peça de teatro onde cada um desempenha um papel imposto pelo grupo. À semelhança do teatro, quanto mais perfeito é o desempenho do indivíduo, mais aplauso receberá da platéia, esta, basicamente, formada pelos elementos circundantes.
Pode-se definir que o aplauso é o alimento do ego e, em busca daquele, os indivíduos permitem-se a pequenas variações em seus papéis decorrentes daquilo que julgam adequado para agradar aos espectadores.
Quando o personagem não é compreendido pelo grupo circundante procedendo no exagero nas variações das máscaras utilizadas para o seu aperfeiçoamento, ou o medo em usá-las para realizar o seu papel na sua plenitude, pode levar a desajustes que são denominados modernamente de neurose.
O temor de não ser aprovado pela sociedade leva a uma rigidez na mudança das máscaras, ou seja, o temor da vaia cria o sentimento de timidez. Em contrapartida, a carência de aplausos leva o indivíduo à busca desenfreada de destaque especial ao papel perante a platéia.
As máscaras, na verdade são defesas, cuja finalidade principal, é proteger o indivíduo do meio circundante. Na psicologia social e na sociologia, a individualidade (e suas máscaras) perde parte de sua importância quando se trata da análise da ação do grupo como um todo. A somatória das máscaras individuais, gera uma defesa grupal, onde não se reconhece o ser isolado e sim, a reação do grupo.
Teorias religiosas
Muitos movimentos religiosos definem de diversas formas a personalidade. A tradição Shmuelin, entre tantas outras, tem uma concepção religiosa e moral sobre o assunto.
Influência dos pais
Desde os primeiros estudos de Sigmund Freud, e até antes deles os pais são tidos como os agentes mais importantes na criação de uma pessoa. São os primeiros a conter o que há de animal em nós, nos ensinando a controlar desejos em nome de regras morais, castigos e conveções da civilização. Com essas premissa, Freud foi, ao lado de Darwin, um dos grandes pensadores do século 19 a abalar a idéia de Deus, mostrando que as noções de pecado e culpa são transmitidas pelos pais e podem ser a causa de varios dos nossos problemas. Do conflito entre os nossos desejos e culpas sairiam traços de personalidade (como a timidez e a vergonha), recalques inconscientes e fraquezas que nos acompanham vida afora. Freud vai mais longe: para ele, o jeito com que meninos e meninas lidam com a figura do pai e da mãe é essencial para definir a sexualidade da pessoa.
Mas as idéias do autríaco fomentaram tantas generalizações grosseiras e técnicas furadas de educação que hoje, fora dos círculos de psicanalistas, estão cada vez mais desacreditadas e o pai da psicanálise é considerado mais um filósofo que propriamente um cientísta. O que não quer dizer que ele deva ser descartado.
Até o ponto que a genética permite, um bebê recém-nascido é como um molde de argila flexível. O que ele aprende, ver, ouvi, sentir será armazenado no cérebro e irá compor a maneira como agirá no futuro. Ao nascer, vai demorar meses até conceber idéias básicas, como a de ser distinto das coisas ao redor. Aos poucos, porem, vai se dar conta de que consegue mover algumas dessas coisas e que outros seres fazem o mesmo. Assim a partir do outro, o bebê começa a ter noção de eu, de que é um indivíduo.
Conforme interage com os adultos, a criança se molda ao mundo em que nasceu. Se os adultos ao redor forem lobos ou cavalos, passará a vida toda uivando ou relinchando e bebendo água com a língua, como aconteceu com Victor de Aveyron, ou as garotas indianas Amala e Kamala.
E os "outros " mais importantes dos primeiros anos são os pais. Com eles exercitamos uma das nossas grandes capacidades inatas: a de imitar. Os pais sevem de referência para estabelecermos padrões de sentimentos e atitudes.
Prova disso é um estudo citado no livro Freaknomics, de Steven Levitt e Stephen Dubnere, realizado no ano de 1991 com 20 mil crianças americanas até a 5ª série. O estudo tentou relacionar o desenvolvimento escolar das crianças com o perfil dos pais e a convivência de todos em casa. Descobriu que as boas notas não estão relacionadas àquilo que os pais fazem, mas ao que eles são: se têm o hábito de ler para si próprios, se têm livros em casa e se são bem instruídos.
Bibliografia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Super Interessante; janeiro; 2008.
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