Senadores inflam gabinetes com seus afilhados políticos
Domingo, 12/07/2009 - 09:00 |
De Alan Gripp e Fábio Zanini na Folha de São Paulo: De cada 10 funcionários dos gabinetes do Senado, 8 são indicações políticas sem concurso público. Fazem parte desta legião ex-prefeitos, deputados e vereadores que não se reelegeram, candidatos derrotados e integrantes das máquinas partidárias. Rejeitados nas urnas, são transformados em assessores parlamentares.
Os servidores comissionados (sem concurso público), muitos com perfil político, representam 83% dos funcionários lotados em gabinetes, aponta levantamento feito pela Folha com base em dados do Senado na internet. Eles são hoje a principal explicação para o inchaço na folha de pagamento.
O aparelhamento inclui a Mesa Diretora, órgão que dirige a Casa. E inclui funcionários que dão expediente fora de Brasília, embora não haja qualquer atividade da Mesa que não seja na capital, e isso vá contra a orientação da área jurídica do próprio Senado Federal.
Pelo menos dois integrantes da Mesa acomodaram aliados nos Estados: o primeiro-vice-presidente, Marconi Perillo (PSDB-GO), e o terceiro-secretário, Mão Santa (PMDB-PI).
O Senado tem hoje 6.272 servidores, além de 3.512 funcionários terceirizados. Pouco mais da metade (54,23%) ingressou por meio de concurso público. O restante tem cargo comissionado. Isso inclui toda a Casa: gabinetes de senadores, áreas técnicas, órgãos de assessoria, gráfica e o Instituto Legislativo Brasileiro, espécie de "universidade" do Senado.
Fazendo o recorte só dos órgãos diretamente ligados a senadores, ocorre o oposto. São 2.673 assessores comissionados em gabinetes, lideranças, comissões e na Mesa Diretora, ou 83,11% do total. Apenas 543 concursados trabalham subordinados a senadores.
Nas comissões permanentes, responsáveis por discutir e votar projetos antes que eles cheguem ao plenário, todos os 61 assessores são comissionados. Não há nenhum concursado.
Senadores de praticamente todos os partidos aproveitam para preencher seus gabinetes com aliados políticos. Perillo colocou ao menos cinco ex-secretários de seu período como governador de Goiás (1999-2006) na estrutura da Primeira Vice- Presidência. Todos batem ponto em Goiânia, no escritório político do tucano.
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Fonte: http://www.jornaldamidia.com.br/Blog_do_JM/Julho2009-1.shtml#875257137463
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