Cidadania: uma expressão usada por todos, principalmente aqueles que tentam iludir os menos esclarecidos e por aqueles que sonham com um mudo melhor. Essa expressão está em moda, e usada por todas as correntes de pensamento. Mas a cidadania deve ser conceituada levando em consideração o contexto social do qual se está falando, e com isto, a mesma adquire características próprias, que diferenciam-se conforme o tempo, o lugar, e, sobretudo as condições sócio-econômicas existentes.
Particularmente observo que enquanto pensarmos em cidadania do ponto de vista do direito político, direito esse que na verdade deveria ser bem mais desenvolvido, não vamos sentir verdadeiramente o resultado do ser cidadão. Eu prefiro pensar em cidadania do ponto de vista da totalidade, onde envolva as questões da autonomia, da democracia e do desenvolvimento, as quais, relacionando-se dialeticamente entre si definem a cidadania.
Como podemos dizer que somos cidadãos, quando não somos capazes de sair de um submundo em que poucos dominam e controlam tudo? Como podemos falar de cidadania se muitos têm tão pouco e poucos têm muito? Como podemos dizer que existe cidadania sem pensar que a cidadania deve ser vista como algo que nos dá a liberdade de ir e vir sem medo do indesejável? Como podemos dizer que existe cidadania quando percebemos a quantidade lamentável de pessoas sem moradia, sem alimentação e principalmente sem uma educação fundamental que possa auxiliar em seu desenvolvimento e que possa usufruir de um processo democrático? Onde está a autonomia de um povo?
Por tudo isso a autonomia tornou-se condição de sobrevivência para os indivíduos na sociedade pós-tradicional. Somente um indivíduo autônomo terá sucesso nas esferas econômica, psicológica, sócio-cultural e/ou política, pois passa a ser um indivíduo que interroga, reflete e delibera com liberdade e responsabilidade. Só assim todos serão capazes de refletir tudo aquilo que foi pensado por outros, só assim, sai do anonimato por já ser capaz de fazer uma análise do pensamento que outro produziu antes de segui-lo.
Daí a grande importância dos formadores de opinião e eu me referimos aos professores (educadores), esses devem trabalhar com o estimulo dos ditos cidadãos para favorecer a autonomia individual e conseguintemente coletiva, pois é assim que nos tornaremos verdadeiramente cidadãos e verdadeiramente construímos nossa própria história. “Somos Livres!”
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